O Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA) realizou, entre os dias 20 e 30 de outubro, na Base Aérea de Anápolis (BAAN), a Avaliação Operacional Contratual (AVOP) da Missão Assalto Aeroterrestre (ASSAET) da aeronave KC-390 Millennium.
As atividades foram desenvolvidas no contexto da Operação Zeus 2025 – Fase ASSAET, com foco no sistema High Altitude Low Opening (HALO), e tiveram como objetivo principal validar a efetividade do sistema de fornecimento de oxigênio do KC-390, destinado a pilotos e tripulantes em operações em grandes altitudes com a aeronave despressurizada.
Os ensaios comprovaram a plena capacidade do sistema HALO da aeronave, possibilitando a realização do Salto Livre Operacional (SLOP) de paraquedistas e o lançamento de cargas em altitudes próximas ao teto operacional do avião, capacidades fundamentais e alinhadas às exigências dos cenários operacionais contemporâneos.
A avaliação foi coordenada pela Gerência Técnica do Projeto KC-390 do DCTA, com o planejamento e a execução das atividades conduzidos pelo Instituto de Pesquisas e Ensaios em Voo (IPEV).
A operação contou com a participação de tripulações do Primeiro Grupo de Transporte de Tropa (1º GTT – Esquadrão Zeus) e do Primeiro Esquadrão do Primeiro Grupo de Transporte (1º/1º GT – Esquadrão Gordo), além de paraquedistas do Esquadrão Aeroterrestre de Salvamento (PARA-SAR) e especialistas da Embraer, que contribuíram diretamente para o sucesso dos ensaios.
Devido ao elevado nível de risco da missão, a presença de médicos a bordo da aeronave foi fundamental para monitorar as condições fisiológicas dos tripulantes durante os voos realizados em altas altitudes, com a aeronave despressurizada e sob temperaturas inferiores a -40°C. A atuação da equipe médica garantiu segurança e suporte imediato aos participantes em um ambiente operacional extremo.
“A missão reforçou a maturidade do IPEV na condução de ensaios de elevado grau de complexidade operacional, avaliando sistemas críticos sob condições ambientais extremas. Ademais, pilotos e engenheiros tiveram a oportunidade de trabalhar em conjunto com tripulações operacionais e paraquedistas, conferindo caráter singular ao ensaio”, ressaltou o Major Aviador Bruno Cândido de Paula, também Engenheiro de Provas do IPEV e da Operação.
O Major de Infantaria José Ivan Pedroza Bezerra Ribeiro, do PARA-SAR, destacou que os SLOP realizados durante a AVOP, em ambientes extremos, ampliam a capacidade da Força Aérea Brasileira (FAB) e do PARA-SAR no planejamento de missões de infiltração aérea. Segundo o oficial, o cumprimento desse tipo de missão reforça a prontidão e a capacidade de resposta da FAB na condução de operações especiais em cenários de alto risco e elevada complexidade.
“O lançamento exitoso de paraquedistas, realizado a 33 mil pés de altitude (cerca de 10 mil metros), simbolizou mais do que um recorde: representou a consolidação de uma capacidade operacional há muito almejada pela FAB. A missão evidenciou o mais alto nível de preparo e excelência das equipes envolvidas, operando o KC-390 próximo ao seu limite operacional e demonstrando a performance do vetor, bem como a prontidão e a evolução da Aviação de Transporte e da FAB”, destacou o Capitão Aviador Bruno Campanaro da Silva, do 1º Grupo de Transporte de Tropa.

