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27 de dezembro de 2017

Mundo - Expulsão de embaixador brasileiro é o novo passo da ditadura de Maduro

Entre a hiperinflação e a disparada da mortalidade infantil, o governo venezuelano ainda encontrou tempo para declarar “persona non grata” o embaixador brasileiro em Caracas, Ruy Pereira. Em retaliação, o Itamaraty tomou ontem a mesma medida em relação ao encarregado de negócios venezuelano, Gerardo Delgado.

Delgado é o mais alto diplomata na Venezuela no Brasil desde o ano passado, quando o governo do ditador Nicolás Maduro decidiu retirar daqui seu embaixador, em protesto contra o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff.

A expulsão dos diplomatas está um passo aquém da ruptura de relações. É uma marca da inflexão na política brasileira em relação ao país vizinho no governo do presidente Michel Temer, depois dos anos de apoio ao chavismo nas gestões petistas – mudança bem-vinda, ainda que tardia.

A necessidade de enfrentamento demonstra o fracasso da estratégia de distanciamento, diante do avanço progressivo da ditadura de Maduro. Tomada em nome dos interesses de negócios brasileiros na Venezuela (eles não são poucos) e da estabilidade da fronteira amazônica, tal estratégia se revelou ingênua diante do descalabro no país vizinho.

A situação venezuelana hoje é de crise humanitária e uma ameaça a estabilidade regional. A previsão do FMI é que a inflação feche 2017 em 653% e chegue a quatro dígitos no ano que vem. O PIB deverá cair 12% este ano, depois de encolher 16,5% e 6,2% nos dois últimos. Pela primeira vez desde 1995, as reservas internacionais estão abaixo de US$ 10 bilhões. O calote externo é mais que provável.

A indústria está parada (pouco mais de mil carros saíram em 2017 das montadoras). No comércio, prateleiras vazias e saques são a regra. A violência é endêmica. A mortalidade infantil subiu de 4.767 mortes, em 2007, para 7.630 ,em 2014, quando o governo deixou de informar números oficiais (em 2016, foram apuradas 11.466 mortes). Fome e miséria crescem, sem perspectiva de solução.


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