O governo Trump ordenou o envio de 10 jatos F-35 para o Caribe para realizar operações contra cartéis de drogas, revelou a agência de notícias Reuters nesta sexta-feira (5) com base fontes dos EUA. Os caças irão à base aérea em Porto Rico, próximo à região onde navios de guerra americanos estão mobilizados.
A presença das aeronaves tem grande potencial de aumentar ainda mais as tensões na região. Não ficou claro se a decisão foi tomada após dois caças venezuelanos sobrevoarem o destróier USS Jason Dunham no mar do Caribe.
Modernos e poderosos, os F-35 se somarão à robusta presença militar dos EUA no sul do Caribe, que inclui sete navios de guerra e um submarino nuclear de ataque rápido, além de aviões espiões. Os equipamentos militares foram enviados pelo governo Trump para perto da costa da Venezuela em uma campanha de pressão ao governo Maduro. A justificativa oficial é combater cartéis de drogas latino-americanos.
Duas autoridades do governo americano ouvidas pela Reuters disseram que os 10 caças devem chegar a Porto Rico até o fim da próxima semana, e foram designadas para conduzir operações contra organizações designadas como narco-terroristas que atuam no sul do Caribe.
O envio dos jatos ocorre também três dias após os EUA atacarem um barco que, segundo Trump, transportava “quantidades massivas de drogas” da Venezuela, matando 11 pessoas. O ataque pareceu preparar o terreno para uma campanha militar sustentada na América Latina.
Dois caças venezuelanos armados sobrevoaram o destróier norte-americano USS Jason Dunham no mar do Caribe nesta quinta-feira (4), afirmou um oficial dos EUA à agência de notícias Reuters. O Departamento de Defesa americano confirmou a informação e chamou a ação de "altamente provocativa".
A embarcação americana está no sul do Caribe em uma operação contra o tráfico internacional de drogas. Há outros navios dos EUA na região, além de um submarino nuclear. Especialistas acreditam que os militares também podem mirar a Venezuela em breve. Entenda mais abaixo.
A imprensa americana informou que o Pentágono classificou a ação como uma tentativa de "demonstração de força" da Venezuela. O destróier dos EUA não reagiu ao sobrevoo, que foi feito com caças F-16.
Em comunicado, o Departamento de Defesa disse que o sobrevoo venezuelano foi feito com a intenção de interferir nas operações dos EUA contra o narcoterrorismo.
"O cartel que controla a Venezuela é fortemente advertido a não tentar, de nenhuma forma, obstruir, dissuadir ou interferir nas operações de combate ao narcotráfico e ao terrorismo conduzidas pelas forças militares dos Estados Unidos", publicou o Pentágono.
O episódio ocorreu dois dias após militares dos Estados Unidos bombardearem um barco no Caribe. O presidente Donald Trump disse que a embarcação estava carregada com drogas e pertencia à gangue venezuelana Tren de Aragua —considerada terrorista pelo governo americano. O caso representa mais uma escalada de tensões entre Washington e Caracas.
Ao comentar o bombardeio, Trump acusou o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, de controlar o Tren de Aragua. Ele também o responsabilizou por “assassinatos em massa, tráfico de drogas, tráfico sexual e atos de violência e terror nos Estados Unidos”.
Além do Tren de Aragua, os EUA também acusam Maduro de chefiar o Cartel de los Soles — afirmação contestada, em parte, por analistas. Especialistas afirmam que o grupo não tem uma hierarquia única, mas funciona como uma “rede de redes” que facilita e lucra com o tráfico de drogas, reunindo militares de diferentes patentes e setores políticos da Venezuela.
Mesmo sem ser o líder, Maduro é apontado como um dos principais beneficiários de uma “governança criminal híbrida” que ajudou a instalar no país.