Um ataque da Rússia em Kiev, capital da Ucrânia, deixou ao menos 17 mortos, incluindo quatro crianças, e dezenas de feridos nesta quinta-feira (28), segundo o Ministério do Interior ucraniano.
Uma série de explosões foi ouvida em Kiev ao longo da madrugada e diversas colunas de fumaça se formaram pela cidade, segundo autoridades locais. O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, chamou o bombardeio russo de "um assassinato horrível e deliberado de civis".
Segundo o Exército da Ucrânia, a Rússia lançou 598 drones e 31 mísseis no território ucraniano, dos quais 563 e 26, respectivamente, foram abatidos.
O Ministério da Defesa russo disse que usou "armas de alta precisão de longo alcance", incluindo mísseis balísticos Khinzal e drones, no ataque e teve como alvo bases aéreas militares ucranianas e empresas ligadas aos esforços militares do rival. A pasta diz ter atingido todos os alvos pretendidos, inclusive um navio de reconhecimento ucraniano, importante para coletar informações.
Pelo menos 38 pessoas ficaram feridas na capital ucraniana, segundo o prefeito Vitali Klitschko. Entre os mortos identificados está um adolescente de 14 anos, disse Timur Tkatchenko, chefe da administração militar da capital.
Por sua vez, a Ucrânia anunciou ter atacado um navio de guerra russo que carregava mísseis balísticos e duas refinarias de petróleo russas, uma na região de Krasnodar e outra em Samara. Segundo a agência de notícias Reuters, o ataque comprometeu 17% da produção de uma dessas refinarias, o que equivale a 1,2 milhão de barris diários de petróleo.
O bombardeio russo atingiu a sede da missão europeia em Kiev e "danificou severamente" um edifício diplomático do governo do Reino Unido, segundo autoridades europeias. O premiê britânico, Keir Starmer, chamou o ataque de "sem sentido", e o presidente da França, Emmanuel Macron, condenou nos mais fortes termos.
Os ataques na Ucrânia e na Rússia continuaram nos últimos dias, apesar da atividade diplomática intensa para tentar encerrar a guerra, iniciada em 2022. O ataque desta quinta-feira segue uma tendência recente na guerra: nas últimas semanas, os russos têm aumentado cada vez mais a quantidade de mísseis e drones lançados contra a Ucrânia.