Para Ivanio Inácio da Silva, presidente da Afaplacas-MT (Associação dos fabricantes de placas do Estado do Mato Grosso), a discussão chegou a um ponto em que não há como a Senatran não se posicionar a favor das fabricantes e dos Detrans. "A secretaria tem em mãos diversos documentos que comprovam o aumento das fraudes e outros problemas envolvendo a simplificação da placa Mercosul. Acredito que, depois de ouvir todos os segmentos envolvidos, até a metade do ano, a Senatran traga mudanças positivas", opina.
No ano passado, a AND apresentou à pasta da Infraestrutura uma série de propostas para "aprimorar" o padrão Mercosul. No cerne das críticas está o fim do sistema de licitação para contratar as empresas de estampagem das placas, substituído pelo credenciamento, sob responsabilidade de cada Departamento Estadual de Trânsito. ~
Com isso, na maioria dos Estados o número de empresas estampadoras, que aplicam os caracteres nas placas, aumentou consideravelmente - sem reforço proporcional das equipes de fiscalização dos Detrans. Além disso, o sistema de livre mercado, no qual cada fabricante pode arbitrar o preço a ser cobrado, elevou os custos ao cidadão e ainda reduziu a arrecadação,
Apesar de uma forte mobilização dos Detrans e associações de fabricantes de placas por mais segurança, a placa Mercosul passou por mais uma mudança que abriu mão de itens de proteção contra fraude. Na última quinta-feira (17), foi aprovada uma resolução do Contran que exclui itens como filme térmico (hot stamp) com inscrição "Mercosul Brasil Mercosul" e marca d'água com emblema do Mercosul das placas pretas de veículos colecionáveis.
Com isso, as placas de carros de coleção, com circulação restrita ao Brasil, estão ainda mais frágeis contra fraudes.