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6 de maio de 2017

Brasil - Para especialista, imunoterapia representa o futuro do tratamento de câncer

O Brasil deve registrar, do início de 2016 até o final de 2017, 600 mil novos de câncer, estima o Instituto Nacional de Câncer (Inca). Após o diagnóstico, esses pacientes e tantos outros que já vivem com a doença podem recorrer a tratamentos como quimioterapia, radioterapia, hormonoterapia, terapia alvo ou imunoterapia. Este último é apontado pelo oncologista Antonio Carlos Buzaid, diretor do Centro de Oncologia do Hospital Beneficiência Portuguesa e membro do Centro de Oncologia do Hospital Israelita Albert Einstein, como o futuro do tratamento de câncer. A técnica consiste em estimular o sistema imune do próprio paciente para que ataque o câncer. "A imunoterapia é, a meu ver, a área de maior importância hoje na oncologia. 

Os estudos estão bastante intensos, todo mundo quer entender por que o câncer escapa do sistema imune e desenhar armas para ultrapassar esses mecanismos de escape. É muito mais fácil falar do que fazer, mas o plano é esse", afirmou durante o Workshop Latino-americano de Oncologia para a Imprensa, promovido pela Bayer, em São Paulo. De acordo com o especialista, além dos resultados, a imunoterapia tem a vantagem de ser bem tolerada e apresentar menos efeitos colaterais no geral, em comparação com outros tratamentos. Apesar da necessidade e ânimo com relação à evolução do método, Buzaid pontuou que o Brasil não tem papel importante no desenvolvimento de pesquisas em oncologia, principalmente devido a questões econômicas. "Pesquisa é um luxo de países muito ricos, então é preciso sobrar dinheiro. 

É preciso investir em assistência primeiro, assistência básica, mínima. O Brasil tem ótimos cientistas, tem médicos muito inteligentes, mas não há o recurso em geral para o desenvolvimento de pesquisas, exceto em algumas áreas específicas. Comparado com a Europa, Estados Unidos e países asiáticos, o Brasil tem um papel modesto na pesquisa do câncer", avaliou.

Além da ausência de pesquisas no país, o médico ressaltou que a legislação brasileira precisa ser alterada para permitir a vinda de estudos clínicos, de forma a dar mais opções aos pacientes. A opinião é compartilhada pela psico-oncologista Luciana Holtz, presidente e fundadora do Instituto Oncoguia (conheça aqui), ONG que busca ajudar pacientes com câncer. "O Oncoguia luta muito pelo acesso à pesquisa clínica. Isso ajudaria muito o paciente. Infelizmente, nós passamos por um cenário bastante burocrático, mas estamos trabalhando com muitos grupos para que isso melhore", afirmou, ao ressaltar que o mais importante para a pessoa com câncer é qualidade de vida. 

No entanto, os pacientes passam por uma série de desafios que vão de barreiras emocionais para lidar com a enfermidade até entraves burocráticos do sistema de saúde. "Quando um paciente com câncer recebe o diagnóstico, ele enfrenta uma série de barreiras, passando pelo desafio de reconhecer os sinais e sintomas, depender dos exames, descobrir qual é o médico que deve procurar, o tempo de espera após o diagnóstico para conseguir fazer a cirurgia ou início de tratamento", explicou Luciana. Infelizmente, para os brasileiros que dependem do Sistema Único de Saúde (SUS), ainda não é possível recorrer à imunoterapia, por utilizar drogas muito caras. Ainda assim, segundo Buzaid, companhias brasileiras tentam desenvolver versões mais baratas dos medicamentos que devem atender ao SUS. Apesar de considerar a imunoterapia um grande avanço, o especialista reforçou que cada caso de câncer requer um tratamento específico, então o método pode não ser recomendado.

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