O Ministério Público de São Paulo pediu, nesta quinta-feira (10), a
prisão preventiva do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A
solicitação deve ser julgada por um juiz do Tribunal de Justiça de São
Paulo. Não há prazo para que isso seja feito. O pedido foi distribuído para a juíza Maria Priscilla Ernandes Veiga
Oliveira, da 4ª Criminal da Justiça. A reportagem apurou que o processo é
bastante volumoso e que a decisão da juíza deve demorar alguns dias
para ser proferida.
O pedido consta da denúncia contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da
Silva, sua mulher e seu filho Fábio Luiz Lula da Silva protocolada nesta
quarta-feira (9).
“Daí por que patente a hipótese de necessidade de prisão preventiva do
denunciado por conveniência da instrução criminal, pois amplamente
provadas suas manobras violentas e de seus apoiadores, com defesa
pública e apoio até mesmo da Presidente da República, medidas que
somente tem por objetivo blindar o denunciado – erigindo-o a patamar de
cidadão ‘acima da lei’, algo inaceitável no Estado Democrático de
Direito brasileiro, pois é inadmissível permitir-se o tumulto do estado
normal de trâmite das investigações e do vindouro processo crime”,
afirma o documento.
“Além disso, cabe ressaltar que a prisão cautelar guarda co-relação com a
garantia de aplicação da lei penal. Ora, se há evidências de que o
denunciado praticou os crimes tratados na denúncia, necessário que seja
segregado cautelarmente, pois sabidamente possui poder de ex-Presidente
da República, o que torna sua possibilidade de evasão extremamente
simples”, diz o texto.
Além de prisão de Lula, também foi pedida a prisão preventiva do
ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto e do empreiteiro Léo Pinheiro, da
OAS, e de outros dois investigados do caso Bancoop.
“Considerando que sua esposa e filhos não praticaram quaisquer condutas
reveladoras de desafio ao Estado Democrático de Direito e à lei (tal
qual o ex Presidente da República) não se vê qualquer necessidade de
equivalente tratamento excepcional, deixando-se então de pedir a prisão
dos demais denunciados que poderão responder em liberdade o trâmite
processual”, afirma a Promotoria.
É a primeira vez que o Ministério Público pede a prisão do
ex-presidente, acusado de lavagem de dinheiro e falsidade ideológica ao
supostamente ocultar a propriedade do tríplex - oficialmente registrado
em nome da OAS.
O MP-SP sustenta que o petista cometeu os crimes de lavagem de dinheiro e
falsidade ideológica ao supostamente ocultar a propriedade do tríplex
164-A, no Condomínio Solaris, no Guarujá - oficialmente registrado em
nome da OAS.
A acusação tem base em longa investigação realizada pelos promotores
Cássio Conserino e José Carlos Blat. O promotor afirma ter indícios de
que houve tentativa de esconder a identidade do verdadeiro dono do
tríplex, o que, segundo ele, caracteriza lavagem de dinheiro.
A investigação mostrou que a empreiteira OAS bancou uma reforma
sofisticada do apartamento, ao custo de R$ 777 mil. Segundo o engenheiro
Armando Dagre, sócio-administrador da Talento Construtora, contratada
pela OAS, os trabalhos foram realizados entre abril e setembro de 2014.
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